Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
Faltam 15 dias para o Natal. É nesta época do ano que a solidariedade ganha força e a vontade de ajudar ao próximo fala mais alto. As emoções e os sentimentos ficam mais fortes e as lembranças são intensificadas dias antes da data. É por isso que a campanhas natalinas buscam ajudar quem mais precisa.
A partir de hoje, o Diário contará histórias de crianças e famílias que escreveram seus pedidos para a Campanha Um sonho de Natal, promovida pela empresa Expresso Medianeira. De hoje até sexta-feira, os interessados em adotar uma cartinha da campanha devem ir até a sede da empresa, que fica na Avenida Maurício Sirotsky Sobrinho, 277, Bairro Patronato. Os presentes serão entregues às crianças a partir do dia 18 de dezembro. Até as 17h30min da última sexta-feira, 600 cartinhas haviam chegado na Expresso Medianeira.
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Assim como essa, outras ações pretendem presentear mais crianças, como a Campanha do Papai Noel dos Correios, cuja adoção das cartinhas terminou na última sexta-feira. Há 29 anos, a campanha faz a alegria do Natal para estudantes até o 5º ano do Ensino Fundamental. Há, ainda, ações solidárias de pessoas e entidades, como creches, abrigos e orfanatos, que contam com o apoio da população.
Nesta reportagem, conheça a história da pequena Valentina, 3 anos. Ela sonha ganhar do Papai Noel roupinhas e uma boneca que fala.
VALENTINA PEDE UMA BONECA QUE FALA
É em uma rua de chão batido e em uma casa simples da Vila Maringá, Bairro Diácono João Luiz Pozzobon, que Valentina, 3 anos, mora com mais sete pessoas - os avós maternos, duas tias, o tio, a prima e o irmão. Pode até faltar espaço na residência, mas sobra carinho e amor na família. Pela primeira vez, a avó materna de Valentina, a doméstica Ana Bock, 43 anos, decidiu escrever uma cartinha para o Papai Noel para realizar o sonho da neta.
- Ela pede muito uma boneca que fala. A gente não tem condições de comprar, e ela vê e quer. Cada vez que eu vou sair para o serviço, ela pede. É o sonho dela ter essa boneca, além de roupinhas, porque ela tem poucas. Eu espero que a cartinha seja adotada, mas, se não for, a gente torce para as outras crianças - conta Ana.
Além de Valentina, Ana é avó da Ana Clara, 1 ano, e de Davi, 8. O carinho que ela transmite para os pequenos é de emocionar quem está por perto. Todos foram e são cuidados por Ana desde o momento em que nasceram.
- Eu cuido da Valentina desde os 3 meses de vida. Uma época, ela me chamava de mamãe, daí explicamos que eu sou vovó, a mamãe é a Anabel. A minha filha, mãe deles, arrumou um serviço agora e não tem muito tempo de ficar com as crianças, então, ficam aqui comigo - diz.
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Humildade e simplicidade são adjetivos presentes na personalidade da Ana, que sente muita vontade de ajudar outras pessoas se tivesse mais condições. O orçamento da família é curto. O marido ganha um salário mínimo. Ana recebe a metade disso. O básico não chega a faltar em casa, mas todos vivem com recursos bem apertados.
No próximo ano, a família vai aumentar, pois Valentina ganhará o segundo irmão. Mesmo com pouca idade, a pequena fala bastante e espera ansiosa pela chegada do bebê. Enquanto isso, ela brinca com o irmão Davi e a prima Ana Clara. A pequena já sonha com o presente do Bom Velhinho.
- Eu quero uma boneca que fala, vou dar melancia para ela. Ela vai ter o sapatinho igual ao meu. Vou brincar de casinha também - diz Valentina.
O irmão e a priminha também têm pedidos (veja acima).